EUA admitem tarifas de até 245% sobre produtos chineses

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Claro! Aqui está a notícia reescrita, com uma linguagem mais clara, estruturada e explicativa:


Guerra Comercial: EUA admitem tarifas de até 245% sobre produtos chineses; OMC alerta para colapso no comércio global

Um novo documento divulgado nesta quarta-feira (16) pela Casa Branca revela que o governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, aplicou tarifas que chegam a 245% sobre certos produtos importados da China. Essas tarifas exorbitantes incidem sobre itens como carros elétricos, seringas e agulhas, e se devem a uma combinação de fatores:

  • 125% em tarifas chamadas de “recíprocas”, impostas em resposta a medidas similares da China;
  • 20% atribuídos à crise internacional relacionada ao tráfico de fentanil, substância amplamente produzida na China;
  • 100% de impostos diretos sobre os produtos citados.

Após esses itens, os produtos chineses mais penalizados com tarifas são:

  • Baterias de lítio: 173%
  • Carne de lula: 170%
  • Blusas de lã: 169%

A divulgação desse documento coincidiu com a apresentação, pela Organização Mundial do Comércio (OMC), de seu primeiro relatório global sobre os impactos da guerra comercial iniciada por Trump. Segundo a entidade, as tensões comerciais e o aumento de tarifas têm potencial para desacelerar ainda mais a economia global.

Impacto global pode ser severo

Com base nas condições atuais, a OMC prevê que o fluxo global de mercadorias deve cair 0,2% em 2025. Porém, se o impasse entre EUA e China persistir e o prazo de 90 dias para negociações sobre as tarifas recíprocas terminar sem acordo, a queda pode ser muito mais grave, chegando a 1,5%.

“Existem graves riscos de queda, incluindo a aplicação contínua de tarifas recíprocas e a incerteza política, o que pode resultar em um declínio ainda mais acentuado do comércio global de mercadorias e afetar duramente os países em desenvolvimento voltados à exportação”, alertou a OMC.

Risco de ruptura entre EUA e China

A maior preocupação da OMC é o cenário de crescente dissociação econômica entre Estados Unidos e China. Com tarifas ultrapassando 100% de ambos os lados, o comércio entre as duas potências pode despencar em até 81%. E, se produtos eletrônicos como iPhones forem incluídos, essa redução pode atingir impressionantes 91%.

A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, chamou a atenção para a gravidade do momento:

“Acima de 125% em tarifas, o comércio praticamente deixa de existir. Estamos à beira da formação de dois blocos econômicos isolados. Precisamos evitar essa fragmentação.”

A ruptura teria efeitos devastadores para a economia global: o PIB mundial pode cair até 7% ao longo dos próximos anos, com alguns países enfrentando retrações superiores a 10% em suas economias. O impacto atingiria também os mercados financeiros e, de forma ainda mais acentuada, os países mais pobres.

Diante do risco de colapso, governos já discutem a possibilidade de convocar uma reunião ministerial extraordinária na OMC para buscar saídas diplomáticas e reafirmar o compromisso com as regras internacionais de comércio.

América do Sul entre as regiões mais afetadas

A América do Sul também está entre as regiões que mais sofrerão com essa crise, devido à sua proximidade com os Estados Unidos e à forte dependência comercial da China.

Segundo as projeções da OMC:

  • O PIB da região crescerá apenas 2,2% em 2025, dois pontos percentuais abaixo do previsto anteriormente;
  • As exportações sul-americanas crescerão apenas 0,6%, uma queda de 0,8 ponto percentual em relação à expectativa anterior.

Comércio de serviços também será afetado

Embora o comércio de serviços não esteja diretamente sujeito a tarifas, a OMC também prevê uma desaceleração nesse setor. O crescimento do volume global de serviços comerciais deve ser de apenas 4,0%, abaixo das estimativas anteriores.

Ngozi concluiu com um apelo:

“Estou profundamente preocupada com a incerteza em torno da política comercial e, especialmente, com o impasse entre EUA e China. O mundo precisa urgentemente restaurar a previsibilidade e evitar um retrocesso econômico generalizado.”

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