SÃO PAULO – Andar pelas ruas do Brasil nunca foi tão tenso. Uma pesquisa do Datafolha revela que 80% dos brasileiros sentem medo de assalto quando veem motocicletas se aproximando – sendo que 55% admitem sentir “muito medo” nessa situação. O estudo, divulgado neste sábado (12), mostra ainda que mulheres, idosos e pessoas de baixa renda são os que mais vivem sob constante sensação de insegurança em situações cotidianas.
O Brasil do Medo: Onde Atividades Básicas Viram Risco
Além do temor relacionado a motos, a pesquisa listou nove situações rotineiras que geram apreensão na população:
✅ Usar transporte público
✅ Ficar sozinho no ponto de ônibus (50% têm “muito medo”)
✅ Usar o celular na rua
✅ Ver alguém se aproximando de bicicleta
✅ Ficar parado no semáforo
✅ Esperar um carro por aplicativo ou táxi na rua
Em todas elas, o percentual de quem sente medo supera o de quem não se preocupa.
Mulheres, Idosos e Pobres: Os Que Mais Sofrem
- Mulheres têm 66% mais medo de motos que homens (44%).
- Pessoas acima de 60 anos são as mais temerosas (63%), enquanto jovens de 16 a 24 anos se mostram um pouco mais tranquilos (49%).
- Quem ganha até 2 salários mínimos tem 5 vezes mais medo em restaurantes do que os mais ricos (29% contra 6%).
Celular, Bala Perdida e Sequestro: O Que Mais Aterroriza?
- 37% dos brasileiros vivem sempre preocupados em ter o celular roubado.
- 30% temem bala perdida ao caminhar na rua.
- 27% pensam constantemente no risco de agressões.
- Sequestro é o que menos preocupa, mas ainda assim 23% dizem temê-lo sempre.
“Viver no Brasil Tornou-se Algo Muito Inseguro”
Para Renato Sérgio de Lima, diretor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os dados refletem um cenário de violência crescente:
“Existe um agravamento da violência contra mulheres, crianças e adolescentes, além da violência sexual. Estamos caminhando para um país onde viver se tornou algo extremamente arriscado.”
Conclusão: Um País em Estado de Alerta
Os números mostram um Brasil onde a insegurança molda o dia a dia – especialmente para quem é mais vulnerável. Enquanto motos viram sinônimo de perigo e simples esperas no ponto de ônibus geram pânico, a pergunta que fica é: Quando o medo vai deixar de ser rotina?