Trump recua e livra smartphones e computadores das tarifas: Apple respira aliviada

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Em uma reviravolta de última hora, o ex-presidente dos EUA Donald Trump recuou de sua decisão de aplicar tarifas extras sobre produtos eletrônicos importados da China — uma medida que poderia ter abalado gigantes como a Apple. A decisão, divulgada em um comunicado da Alfândega e Proteção de Fronteiras na noite de sexta-feira (11), isenta smartphones, monitores de computador e diversos componentes eletrônicos das pesadas taxas.

A isenção entra em vigor retroativamente a partir de 5 de abril e chega como um alívio para a indústria de tecnologia, que tem grande parte da sua produção concentrada na Ásia. No caso da Apple, por exemplo, cerca de 90% dos iPhones são montados na China, segundo a consultoria Wedbush Securities. A expectativa era de que, com a entrada em vigor das tarifas de até 145%, os preços dos dispositivos subissem drasticamente assim que os estoques nos EUA — que devem durar cerca de seis semanas — se esgotassem.

Durante uma conversa com repórteres a bordo do avião presidencial, Trump deixou a porta aberta para algumas exceções. “Pode haver algumas exclusões por razões óbvias, mas diria que 10% é o mínimo”, afirmou.

A proposta original do governo era endurecer as tarifas como forma de incentivar a produção nacional e reduzir a dependência da China. Mas economistas alertaram: essas tarifas, na prática, acabam pesando no bolso do consumidor, o que provocou uma corrida por eletrônicos e carros e levou o sentimento do consumidor americano a níveis historicamente baixos.

Além da Apple, outros players do setor de tecnologia devem se beneficiar com a isenção, especialmente fabricantes de semicondutores como a TSMC (Taiwan), Samsung e SK Hynix (Coreia do Sul) — que são pilares da cadeia global de suprimentos eletrônicos. Embora a TSMC esteja investindo em fábricas nos EUA desde 2020, Trump não poupou críticas, acusando Taiwan de “roubar” a indústria de chips americana.

No fim das contas, a trégua nas tarifas representa uma tentativa de equilibrar a política protecionista com as realidades do mercado global — e, claro, evitar que os consumidores paguem a conta

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